que quem espera geralmente passa a vida a esperar o que jamais alcançará;
que quem madruga geralmente o máximo que consegue é perder preciosas horas de sono...
Como no poema de Mário Quintana, “quantas vezes a gente, em busca da ventura, procede tal e qual o avozinho infeliz: em vão, por toda parte, os óculos procura, tendo-os na ponta do nariz!”
[b]De dentro pra fora [/b]
[i](por Alexandre Pelegi)[/i]
"Nunca se sabe o que pode acontecer quando as coisas mudam. Mas, se nada mudar, como saberemos o que pode acontecer?"
Elias Canetti
Há sempre muitas e diversas maneiras de se ver a realidade. No entanto, apesar disso ser aparentemente óbvio, fomos ensinados a pensar sempre de formas iguais. Preste atenção às frases óbvias que passamos a vida a repetir como um mantra: “quem espera sempre alcança”, “é preciso ver para crer”, “Deus ajuda a quem madruga”. Pra cada fato diverso, um provérbio lógico e definitivo...
O fato é que não importa se o mundo está a todo instante a nos ensinar lições distintas; muitas vezes nós é que não estamos preparados para enxergar o que explode diante de nossos narizes. Paulinho da Viola cantava que “as coisas estão no mundo, só é preciso aprender”. O problema está na segunda parte do verso, e no que devemos fazer para descobrir o que nos é oferecido pela realidade...
Crescemos, vivemos e apesar dos provérbios que continuamos a repetir qual as antigas matracas de procissão, o mundo nos mostra sempre o outro lado do espelho, a outra face da lua, o avesso do avesso do avesso... Descobrimos que é preciso crer para então conseguir ver; que quem espera geralmente passa a vida a esperar o que jamais alcançará; que quem madruga geralmente o máximo que consegue é perder preciosas horas de sono... Como no poema de Mário Quintana, “quantas vezes a gente, em busca da ventura, procede tal e qual o avozinho infeliz: em vão, por toda parte, os óculos procura, tendo-os na ponta do nariz!”...
Se alguma escolha é possível para 2011, esta passa necessariamente por mudar a forma como enxergamos o mundo, nossas vidas, nossos obstáculos. Se pouco ou quase nada podemos fazer com aquilo que vem de fora, resta-nos a dádiva de modificar nosso jeito de encarar o que nos espera lá fora. Pra este ano, se é possível predizer algo, comece por onde você tem algum controle: em sua maneira de ver e sentir o que o rodeia.
Dê adeus a esse jeito estúpido de aceitar a vida em conta-gotas, como se a aventura de viver fosse uma obrigação irrefreável e impositiva. Mude seu jeito de ver a vida, e mudará o que a vida tem a lhe oferecer.
Feliz 2011...
18 de fevereiro de 2011
De dentro pra fora
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